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quinta-feira, 17 de março de 2011

Ostomia e o impacto psicológico

O ser humano zela por sua perfeição, saúde e dinamismo, e quando se vê inserido no mundo com algo que lhe pode destruir a vontade de viver, a vaidade, esperança, autoconfiança e controle, ele se sente, perante o mundo, como um ser derrotado. Nesse momento, o ser humano fecha-se em si mesmo e não consegue entender e aceitar a sua condição de ostomizado, ficando revoltado, inconformado, constrangido...

Independente de ser temporária ou definitiva, a realização da ostomia acarreta uma série de mudanças na vida do paciente, tais como: necessidade de realização do autocuidado com a ostomia, aquisição de material apropriado para a contenção de fezes ou urina, adequação alimentar, convivência com a perda do controle da continência intestinal ou vesical, eliminação de odores, alteração da imagem corporal, bem como alteração das atividades sociais, sexuais e cotidianas.

Alterações profundas são causadas no modo de vida das pessoas que necessitam ser submetidas à realização desse procedimento, causando desorganização emocional intensa, e vivência de grandes períodos de sofrimento, o que exige a busca de algumas estratégias para enfrentar essa nova condição.

Após a cirurgia, o estomizado até pensa em como reiniciar sua vida, como adotar maneiras práticas de manter suas atividades sociais, interpessoais e de lazer, anteriores à cirurgia, porém o impacto muitas vezes resulta em sentimentos negativos para este indivíduo, sentimento de perda, de inaceitação, falta de privacidade, inutilidade, desgosto, depressão, e até o isolamento próprio que ele colocou para si, acaba afetando a vida da pessoa ostomizada.

Em função das limitações impostas pela ostomia, os ostomizados passam a ficar a maior parte do tempo em casa e ociosos, e como conseqüência, perde o prazer de viver, vivenciando sentimentos de medo, angústia, solidão, entre outros.

As reações apresentadas pelos pacientes que adquirem ostomia são variadas. Muitas vezes o recém-operado prefere à morte à ostomia, e só com o passar do tempo a pessoa consegue se aceitar.

É preciso dar mais atenção à pessoa portadora de estomia, buscando no seu universo conhecer e compreendê-la, mediante a interpretação dos sentimentos expressos por ela, principalmente pela manifestação verbal de suas emoções.


Referências:

Rev. bras. enferm. v.60 n.3 Brasília maio/jun. 2007

Rev. esc. enferm. USP vol.44 no.1 São Paulo mar. 2010

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