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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Intolerância à lactose

Christiane e Cláudia Yamada

A Intolerância a lactose é a incapacidade de digerir a lactose, que é um tipo de açúcar encontrado no leite e outros produtos lácteos.

Essa intolerância é resultado da falta da enzima lactase, produzida no intestino delgado, e que tem a finalidade de decompor o açúcar do leite em carboidratos, para sua melhor absorção. Quando a lactose não é digerida, ela passa pelos intestinos e pode causar edemas e irritações que dificultam a absorção de vitaminas e minerais. Não ter lactase suficiente é chamada de deficiência de lactase.

É importante destacar que a “intolerância à lactose” NÃO é o mesmo que “alergia ao leite”. A alergia ao leite é uma reação com sintomas muito mais severos (congestão respiratória, edema, coceira, vômitos, etc) e ocorre quando a proteína do leite é ingerida, enquanto a intolerância à lactose surge devido ao açúcar do leite.

Os sintomas da intolerância à lactose, ocorrem muitas vezes de 30 minutos a 2 horas após a ingestão de produtos lácteos e são frequentemente aliviados quando a ingestão de produtos lácteos é interrompida. Grandes doses de produtos lácteos podem piorar os sintomas.

Os sintomas incluem:

  • Distensão abdominal
  • Cólicas
  • Fezes líquidas ou diarréia
  • Gases (flatulência)
  • Náusea

Após consumir leite ou seus derivados, algumas pessoas podem ter esses sintomas, que em geral, são percebidos como um simples mal-estar, típico de estômago sensível. Mas atenção: se o incomodo aparecer num período entre meia hora e duas horas após o consumo de laticínio, deve-se procurar auxílio médico, pois pode significar intolerância à lactose – uma rejeição do organismo ao leite e seus derivados.

A intolerância à lactose pode começar em diferentes momentos da vida, ou seja, em qualquer época da vida pode aparecer esta incapacidade de produção ou uma inibição temporária, por exemplo, na seqüência de uma toxinfecção alimentar que trouxe dano à mucosa intestinal. Igualmente, a dificuldade pode advir de lesões intestinais crônicas como nas doenças de Crohn e de Whipple, giardise, AIDS, desnutrição  e também pelas retiradas cirúrgicas de longos trechos do intestino (síndrome do intestino curto).

Dentre as causas da intolerância à lactose também podem ser citadas:


  • Cirurgia intestinal – É comum uma pessoa ostomizada ficar com intolerância à lactose.
  • Infecções do intestino delgado causadas por vírus ou bactérias que podem afetar as células do revestimento do intestino (geralmente em crianças).
  • Doenças intestinais, como doença celíaca.

  • Após uso prolongado de atibióticos.

Outros problemas intestinais, como a síndrome do intestino irritável, podem causar os mesmos sintomas da intolerância à lactose.

Os exames usados para ajudar a diagnosticar a intolerância à lactose são:

  • Enteroscopia
  • Teste do hidrogênio na respiração: o paciente ingere uma bebida com alta quantidade de lactose e o médico analisa o hálito da pessoa em intervalos que variam de 15 a 30 minutos por meio da expiração. Se o nível de hidrogênio aumentar significa um processamento incorreto da lactose no organismo.
  • Teste de tolerância à lactose: o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, são colhidas amostras de sangue que indicam os níveis de glicose. Há possibilidade de erro nos diabéticos, entre outros. A ocorrência de diarréia, ainda no laboratório e ou nas primeiras horas a seguir, reforça a conclusão de diagnóstico positivo para intolerância à lactose.
  • Teste de acidez nas fezes: o exame de fezes é realizado normalmente, pois se a pessoa ingeriu alimentos com lactose, teve os sintomas e procurou auxilio médico, é porque a lactose não foi bem digerida produzindo ácidos que podem ser detectados nas fezes.

Uma vez diagnosticada a intolerância, pode-se prevenir novos sintomas excluindo o leite e seus derivados, além de produtos ou alimentos preparados com leite. A maioria das pessoas que tem deficiência de lactase pode ingerir o equivalente a um ou dois copos de leite ao dia, desde que com amplos intervalos e não diariamente. Quando a dose de leite ou derivados é maior surge diarréia líquida, acompanhada de cólicas. A queixa de ardência anal e assadura é porque a acidez fecal passa a ser intensa (pH 6,0).

É possível contornar estes problemas, pois existem produtos livres ou com pouca lactose no mercado, como por exemplo, o leite de soja, leite livre de lactose, leite com 90% menos lactose, leite de arroz. Outra forma de evitar os sintomas é experimentar os suplementos da enzima lactase, neste caso se informe com o seu médico.

Atenção, fique de olho nos rótulos dos alimentos, porque vários deles contêm lactose como conservante. Além disso, é importante ler cuidadosamente os rótulos de produtos industrializados, se tiver algum destes componentes, é porque tem a presença de lactose: Soro sólido, Soro de leite, Coalhada, Soro de queijo, Creme de leite, Caseinato de potássio, Queijo, Caseinato de sódio, Lactolbumina, Concentrado de proteína do soro do leite (queijo), Caseina hidrolisada, Flavorizante ou corante ou essência de caramelo, Caseinato de amônia, Flavorizantes naturais Flavorizantes, Fosfato de lactoalbumina, Cor de caramelo, Lactato / Lactose, Derivados do leite, Lactoferrina, Gordura de leite, Lactoglobulina, Caseína / Caseinato, Leite desnatado / Leite em pó, Óleo de manteiga, Pó de leite do desnatado, Creme, Pó doce do soro do leite (queijo), Manteiga / queijo, Proteína de leite, Simplesse (substituto de gordura), Proteína de leite hidrolisada, Manteiga solida/gordura, Sabor artificial da manteiga, Sólidos de creme azedo, Caseinato de cálcio, Sólidos de leite / lácteos / azedo, Soro de leite/queijo desmineralizado, Sólidos de leite desnatado, Sólidos do soro de leite (queijo), Sólidos de leite em pó.

Aproximadamente 6 a 20% dos medicamentos podem conter lactose, porém só afetam pessoas com severa intolerância.

O não consumo de leite e derivados pode gerar falta de cálcio. E quem optar por eliminar os laticínios precisará de uma dieta especial, para suprir a necessidade do mineral. A pessoa deverá consumir principalmente vegetais de cor verde-escura como brócolis, couve, agrião, mostarda, espinafre, além de repolho, nabo e peixes de ossos moles como o salmão e sardinha, mariscos e camarão, melão, feijão branco, queijo tofu.

Os alimentos permitidos são:

  • Carnes, vegetais, frutas, gorduras, óleos, açúcares.
  • Grupos dos pães, massas e cereais: observar se na composição dos pães e massas não incluam leites e seus derivados.
  • Grupo do leite, iogurte e queijos: Em relação a leite e queijos, evitar os produtos que contenham lactose, utilizando produtos a base de soja, ou utilizar leite livre de lactose. E nos iogurtes deve-se seguir a orientação médica e do nutricionista, pois algumas pessoas reagem bem a lactose fermentada destes produtos, outras não.
  • Habitue-se a ler as embalagens dos produtos, mas atenção alguns alimentos processados podem conter uma série de ingredientes que muitas vezes não estão especificados no rótulo.


Os alimentos proibidos:
·        Bebidas: leite, leites com sabor, achocolatados (nescau, quick chocolate, morango, ovomaltine, toddy, milkshake);
·        Carnes: carnes industrializadas (salsicha, linguiça, hamburguer), frios,
·        Gorduras: manteiga, creme de leite, margarinas com leite (doriana, primor...);
·        Pão: pão de leite, de manteiga, pães doces que contenham leite, biscoitos, torradas, bolachas doces (maisena, maria, recheada);
·        Leite: leite de vaca em pó, desnatado ou integral, leite de cabra e derivados (queijos, iogurtes, requeijão, ricota, sopas cremosas que contenham leite, enlatadas ou desidratadas...), leite condensado;
·        Chocolates e achocolatados: nescau, quick, toddy, ovomaltine, xarope de chocolate;
·        Doces: bolos, doces com leite, sorvetes, pudim, manjar, ambrosia, chocolate ao leite, pastilha de menta, caramelo cremoso de açúcar, toffe, alguns adoçantes artificiais, xaropes aromatizados, goma de mascar;
·        Outros: molho de soja, salgadinho sabor queijo, molhos preparados c/ manteiga, creme de leite, molho de queijo, goma de mascar;
·        Cereais: cereais instantâneos;
·        Frutas: frutas congeladas ou enlatadas (processadas com lactose);
·        Sopas: sopa enlatada ou desidratada contendo leite ou lactose;
·        Temperos: glutamato monossódico, molho de soja.


 Referências:

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