E-mail: ostomiasemfronteiras@yahoo.com.br

terça-feira, 8 de maio de 2012

Depoimento de Rose Francener

Acompanhe a seguir um lindo e emocionante depoimento de Rose Francener.

Meu nome é Rose Francener e moro em Jaraguá do Sul – Santa Catarina.
Tudo começou em  2005. Eu havia começado a morar junto/namorar, nessa ordem mesmo, primeiro fomos morar juntos como amigos, depois começamos a namorar. Seis meses depois comecei a ter diarréias diariamente, varias vezes ao dia até que chegou ao ponto de comer e correr para o banheiro. E perdia peso lindamente, minhas amigas perguntavam qual regime eu estava fazendo. (Bom, depois elas desistiram de fazer o mesmo regime).
A princípio, eu não estava realmente preocupada e achava que a diarreia ia passar. Mas não passava. O primeiro médico a qual fui foi no exame periódico da empresa. Comentei casualmente que tinha essa diarreia e ele me mandou fazer um exame de fezes para ver se não eram vermes e ver se tinha sangue oculto. Havia sangue oculto e ai as coisas começaram a ficar sérias!
Comecei então a ir a vários médicos, endoscopia, testes de intolerância a lactose, um mês sem comer glúten, remédios para controlar a diarreia e nada resolvia. Ate que fui encaminhada a um coloproctologista que fez uma retosigmoidoscopia  e descobriu que havia um tumor a 5 cm da borda anal. Ainda havia a dúvida se era maligno e a resposta veio uma semana torturante depois: adenocarcinoma tubular. Meu médico traduziu como tumor maligno, ou seja, eu estava com câncer.   Lembro meus pensamentos na garupa da moto do meu marido, chorando e me imaginando fazendo um tratamento quimioterápico, sem cabelo  e finalmente morrendo.
Bom, ai fui encaminhada para o hospital Erasto Gaertner em Curitiba, por influencia da dona da empresa onde trabalhava, que, aliás, foram ótimos comigo. Tenho uma dívida eterna com eles. Pois me cediam carro com motorista para ir até Curitiba a 2 horas de viagem. Cheguei a ir duas vezes por semana. 
Enfim o prognóstico não era muito favorável, o médico me falou que ia ter que ser uma cirurgia bem radical de amputação de ânus e reto e eu ficaria ostomizada definitivamente.  Eu já tinha uma certa ideia de como seria, pois os médicos da minha cidade já haviam me falado das possibilidades, se fosse câncer.
Então, era isso para sobreviver eu teria que passar por essa cirurgia radical, provavelmente depois radio ou quimioterapia. Eu estava quase preparada psicologicamente para isso.
Mas, acreditem ou não, a parte daquela primeira  consulta com o medico que faria minha cirurgia que mais me derrubou foi quando ele me falou  das dificuldades que eu teria para ter uma vida sexual normal.  Entendam que eu tinha 35 anos, estava a 6 meses com o amor da minha vida (que tinha 19 anos, na época) e ainda estava meio insegura com a relação, então pensei:- Ele não vai suportar! E sei que não fui a única a pensar isso, minha família também.
Em 15 de dezembro de 2005, enquanto meu irmão se casava, eu passava pela cirurgia que mudaria minha vida. Meu marido deu o primeiro sinal de que sim, ele suportaria tudo:
 Ficou as 8 horas em que estive no centro cirúrgico sem comer e quando me viu depois, quase desmaiou não sei se de alivio ou de fome. Fiquei 3 dias no hospital e antes do natal estava de volta, não pro nosso aparamento  mas para a casa da minha sogra, que foi uma mãe para mim. Também tem minha eterna gratidão.  A partir daí foi tentativa e erro para se adaptar a nova vida. Tive inflamação nos pontos, dificuldade para cicatrizar. Meu corpo não absorveu os pontos que deveria, então até hoje elimino pontos pela barriga e  o corte anal ainda não cicatrizou e nenhum médico me deu uma solução.
Um ano depois da cirurgia comecei a fazer irrigação e isso me deu uma vida quase  70% normal.
Fora ter que fazer irrigação  3 vezes por semana, que demanda algum tempo e algumas vezes não dá muito certo e fico horas ate conseguir.
Ainda tenho dias ruins, os corte não cicatrizados ás vezes doem. Mas hoje levo uma vida bem.normal: faço  yoga, academia, jogo tênis , trabalho de voluntaria em um hospital uma vez por semana  e faço alguns trabalhos de fotografia , pois descobri essa grande paixão depois da minha doença.
Mas, apesar de tudo isso, sei que sou uma sortuda, pois tenho do meu lado a pessoa que deveria  ter e chegou no momento certo. Ele foi e continua sendo meu Anjo, que caiu do céu, e saibam que nunca, nem nos piores momentos, ele desertou!
Sou grata também a toda minha família, a família  do meu  marido  e a minha filha pelo apoio sempre.

6 comentários:

  1. uma guerreira, um grande exemplo!
    Andrea

    ResponderExcluir
  2. Oi amiga, linda, guerreira...........emocionante seu depoimento........bjus no coração, vou compartilhar tá........Deus abençoe!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Que história triste e bonita ao mesmo tempo, parabéns pela sua força e ter pessoas que te apoiaram o tempo todo,que Deus continue te dando a forcf que precisa pra continuar, um forte abraço

    ResponderExcluir
  4. Parabéns pela garra Rose. Vc é uma guerreira e eu te admiro muito. ForcF sempre minha amiga. Deus é pai e tem o melhor para pessoas boas como você. Forte abraço.

    ResponderExcluir
  5. Rose minha amiga... tudo é perfeito no tempo de Deus, ele colocou esse anjo para te apoiar, te cuidar e fortalecer... você é guerreira amore e tenho muito orgulho de você! Ainda lembro quando joguei tênis com você a primeira vez, você tinha voltado a jogar aquele dia, lembra? Saudades de você! Vou orar para que Deus continue te abençoando e te fortalecendo! Um beijo enorme e um abraço bem apertado dessa amiga que mesmo de longe vai estar sempre pensando em você! ❤️��

    ResponderExcluir