Christiane e Cláudia Yamada
Mulher...
Ah
Mulher...
Somos
um pouco de tudo...Calmas, agitadas, lentas...! Vaidosas, charmosas,
turbulentas...! Elegantes e repletas de inteligência...! Mulheres fortes e
lutadoras...! Mulheres conquistadoras...! Mulheres duras, fracas...! Mulheres
de todas as raças...! Mulheres guerreiras...! Mulheres sem fronteiras...!
Mulheres...mulheres...
Somos
mães, filhas, irmãs, esposas...
Não
é fácil ser mulher!
Então
se não é fácil ser mulher...imagina ser uma mulher ostomizada...
Em
um mundo em que muitas pessoas valorizam apenas a beleza física e se esquecem
de valorizar a “alma” e o coração...
Muitas
vezes, a própria mulher ostomizada não se valoriza...
E
acabam se esquecendo de que...
Ser
uma mulher ostomizada não é apenas ter um ostoma no abdômen ou ser uma
“portadora de bolsa de ostomia”, é saber que a sua cicatriz ou ostoma no
abdômen vai muito além das dificuldades ou dor que você passou, eles são
símbolos da sua luta, da sua vitória, é entender que você renasceu com a
chegada do seu ostoma. É ser especial, é se sentir amada e respeitada do jeito
que você é!
Ser
mulher ostomizada é saber que apesar de todas as dificuldades que você passou,
você foi capaz de enfrentar a batalha e sair vitoriosa!!! E o principal? Tem
uma bagagem enorme para ajudar outras pessoas especiais como você, mesmo que
seja apenas uma conversa de incentivo, carinho e amizade.
Ser
mulher ostomizada é saber encarar a vida do jeito que ela é, fazendo as
alterações necessárias para melhor se adaptar à sua nova condição de vida. É
lembrar com saudade das coisas que fazíamos antes da ostomia, mas saber
adaptá-las a nossa realidade. É aprender qual é o nosso limite, e fazer tudo o
que quiser e tiver vontade! É entender que nós não somos “coitadinhas” por
sermos ostomizadas, mas devemos ter orgulho por termos passado por situações
tão difíceis e estarmos vivas e felizes.
Ser
mulher ostomizada é ser guerreira, e ao mesmo tempo saber pedir ajuda ou “colo”,
nós também temos os nossos dias difíceis!!!!!
Ser
mulher ostomizada é ter uma opinião formada, mas respeitar o jeitinho de ser de
cada pessoa, mesmo não concordando com tudo. É saber respeitar o próximo e as
diferentes opiniões!
Ser
mulher ostomizada é usar a bolsa de ostomia e continuar com charme, é saber que
a bolsa coletora não tira em nada a feminilidade de uma mulher. É saber utilizar
alguns truques (calcinhas de cintura altas, que ajustam a bolsa coletora ao
corpo, calças de cintura alta, batinhas, vestidos...) para que o equipamento
passe despercebido aos olhos das outras pessoas.
Ser
mulher ostomizada é saber disfarçar a bolsa, se você não quiser que fiquem
expostas e deixa-la a mostras se este for o seu interesse. É saber que tipo de
roupa usar, quais acessórios podem combinar, e chamar a atenção para outra
região do corpo que não seja o seu abdômen.
Ser
mulher ostomizada é saber como lidar nos momentos íntimos, é saber que tipo de
lingerie usar, como por exemplo, o estilo corpete, que além de proteger e
segurar as bolsas, são bastante sensuais.
Ser
mulher ostomizada é saber se divertir nas praias e piscinas, usando o modelo de
maio ou biquíni que melhor se adapta ao seu corpo e à sua ostomia, sem medo de
ser feliz!
Ser
mulher ostomizada é saber que apesar de você ter algumas limitações, você pode aproveitar
a vida e ser feliz, nada impede que você vá a festas, parques, viaje, namore, faça
atividades físicas (com orientação médica)...
Enfim
ser mulher ostomizada é mostrar que mesmo através da fragilidade, somos fortes
o bastante para erguer sempre a cabeça. Sem desistir, pois sabemos que somos
capazes de vencer, e sermos felizes!