Christiane e Cláudia
Yanada
A
estomaterapia é uma especialidade da prática da enfermagem, voltada para o
cuidado de pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, fístulas, drenos, cateteres
e incontinências anal e urinária.
O
enfermeiro estomaterapeuta é um profissional fundamental para a assistência ao
ostomizado. No Brasil, os cursos de especialização nessa área surgiram na
década de 90. De lá para cá, esta ciência avançou muito, mas capacitar
enfermeiros para esta prática ainda é um desafio, embora seja um campo muito
fértil.
Além
dos cuidados na manutenção das ostomias, o enfermeiro estomaterapeuta possui um
papel fundamental na adaptação e reabilitação do paciente, pois identifica
quais as maiores necessidades e dificuldades na convivência com a bolsa de
ostomia, visto que muitas vezes, no início, o seu uso causa desconforto e constrangimento.
Portanto, uma das intervenções de enfermagem mais relevante neste processo de
cuidado é a de estimular e orientar quanto ao autocuidado e a aceitação por
parte do ostomizado, contribuindo assim, para a qualidade de vida.
O
enfermeiro estomaterapeuta é importante para capacitar o ostomizado e a sua
família a prevenir e a detectar, através da aprendizagem do autocuidado, os
sinais de alerta de uma disfunção, para atuar, se necessário, diante das
possíveis complicações. A assistência de
enfermagem prestada neste período geralmente aborda os seguintes itens:
orientações relativas ao autocuidado, a higiene do ostoma e pele periestoma, à
observação do ostoma e pele periestoma e os cuidados com o sistema coletor.
O
enfermeiro estomaterapeuta ajuda o ostomizado a escolher a placa que melhor se
adapta de acordo com o seu ostoma, por exemplo, a placa plana ou convexa, de
uma peça ou de duas peças, com ou sem micropore..., além de verificar a
necessidade do uso de outros produtos, caso a pessoa ostomizada esteja com
ferimentos na pele ou alergia ao material.
Muitas
vezes, o ostomizado tem receio e vergonha de falar sobre as suas dificuldades e
medos com outras pessoas, mesmo sendo da família, pois acreditam que elas não
irão compreendê-lo, por isso é importante que o paciente converse com uma
pessoa que tenha conhecimentos sobre o assunto para esclarecer as suas dúvidas
ou para simplesmente desabafar, por isso é muito importante que a pessoa
ostomizada converse com um enfermeiro estomaterapeuta.
É
muito importante o enfermeiro conversar e orientar os familiares, pois os
maiores problemas enfrentados pelos ostomizados estão no âmbito psicossocial em
que acompanham situações de rejeição, causando baixa autoestima e distorções à
imagem corporal. Neste contexto, verifica-se a importância de formação de
grupos de apoio, associações e dos centros especializados, com profissionais habilitados
para atender a estas pessoas/famílias que necessitam de atenção e apoio.
Se
necessário, o enfermeiro estomaterapeuta encaminha o paciente para outros
profissionais da equipe (psicólogo, assistente social, nutricionista...); além
de estimular esses pacientes para o retorno as suas atividades diárias.
Esses
são alguns motivos que faz com que o profissional estomaterapeuta seja muito
importante na vida de uma pessoa ostomizada.
Referências:
SOCIEDADE BRASILEIRA DOS OSTOMIZADOS. Relatório de
atividades. Rio de Janeiro: SBO; 1998.
CEZARETI, I.
R.; GUIDI,M. E. Assistência de enfermagem em estomaterapia: Atividade
Independente. Acta Paul. Enf., São Paulo, V.7, n.1, p. 11-18, jan/mar, 1994
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