Oi, meu nome é Mayra, tenho 22 anos e gostaria
de compartilhar minha história de vida,
perante a enfermidade, aqui com vocês. Eu
Nasci na Bahia e morei um bom tempo em Pernambuco,
atualmente moro no Rio Grande do Norte. No primeiro semestre do ano de 2006, quando
eu tinha 16 anos e estava no terceiro ano do segundo grau, comecei a ter
diarreias constantes. Sempre tive notas boas, mas naquele ano me desgastei muito, não tive um bom rendimento
escolar, nunca tinha ficado de recuperação,
e fiquei em
matemática... Foi um horror, será que você é capaz de
imaginar essa situação?
Sintomas: diarreia, dor
abdominal, sangramento, crises chamadas de choque pirogênico, (de repente
sentia um frio muito grande, começava a tremer de frio, as unhas ficavam
roxas), muita queda de cabelo, fraqueza... Eu procurava os médicos e eles
diziam que era verme, davam remédio pra verme e nada de melhorar. Um dia eu
tive uma dor muito forte e em seguida uma grande quantidade de sangue... Até que certo dia eu
desmaiei de dor... Resolvi procurar um gastroenterologista, e em
14-04-2007 com um exame chamado colonoscopia (com biópsia) foi diagnosticado
colite crônica agudizada (Inflamação no intestino grosso e reto). E eu -
"Meu Deus o que significa isso?" Comecei um tratamento com mesacol, mas
parecia que o medicamento não fazia efeito. Nesse período eu emagreci 15 quilos,
eu pesava 50 e passei a pesar 35.
Dois meses depois comecei
a sentir muita dor no abdome no lado direito, uma dor tão
insuportável que refletia na perna (direita), 2 dias e 1 noite com essa dor,
era "apendicite". Cirurgia no dia 12-06-2007, momentos antes de
entrar no centro cirúrgico comecei a me tremer de frio, e ouvi o médico falar que era
choque pirogênico, foi colocado dipirona no meu soro e fiquei em repouso. Quando acordei
foi um alívio! A recuperação foi ótima, e apesar do "corte" ser bem
pequeno, o apêndice estava quase estrangulando...
15-09-2007
Retossigmoidoscopia (com biópsia), conclusão: Retocolite ulcerativa idiopática
(RCUI), em atividade.
30-04-2008 Colonoscopia
(com biópsia), conclusão: Retocolite ulcerativa idiopática em fase ativa.
28-08-2008 Trânsito
intestinal: Ausência de dilatações ou estenoses segmentares de alças
intestinais delgadas.
09-06-2009 Retossigmoidoscopia
(com biópsia), conclusão: Colite crônica agudizada.
24-03-2010 Colonoscopia
(com biópsia), conclusão: Colite crônica difusa em atividade.
07-05-2012 Ileoscopia (com
biópsia), conclusão: Ileíte crônica e aguda erosiva moderada com granulomas
histiocíticos.
Nesse período de
constantes exames, eu usei vários tipos de medicamentos, Mesacol, Mesalazina,
Azatioprina, Infliximab, mas nenhum fez efeito... Foi aí que o médico disse que
eu tinha que fazer a cirurgia de ostomia, meu mundo desabou naquela hora, e eu
só queria sair dali e chorar... Ele me passou corticoide e disse que
não era para usar muito tempo que poderia levar a diversos problemas de saúde.
Comecei a pesquisar na
internet sobre a cirurgia, eu não queria fazer de jeito nenhum! Por causa
do corticoide, aqueles sintomas estavam desaparecendo, eu estava ficando
forte de novo, a diarreia acabou, voltei a comer o que nutricionistas tinham me
restringido, recuperei meu peso, meu cabelo e pensei: - " olha! esse
remédio me fez ficar boa!". Eu retornei
na consulta e o médico falou para ir diminuindo a
dose do corticoide para retirar de vez o medicamento, mas quando a
dose ficava mínima os sintomas voltavam... E ele me falou de novo: -
"Mayra, a única forma agora é fazer a cirurgia". Mas eu não queria
fazer de jeito nenhum, eu estava bem!!! Fiquei com corticoide durante
2 anos (nossa!).
Tentei diminuir
o corticoide de novo, acho que pela quarta vez, e os sintomas
voltaram, resolvi fazer a cirurgia, eu não podia mais tomar
aquele corticoide, já fazia 2 anos...
21-03-2011 foi a data da
cirurgia, curiosa pra ver como ficou meu abdome, confesso que o que mais
me assustou foi o tamanho do corte em minha barriga e todos aqueles pontos, e
não o estoma. Nossa! achei o máximo aquele “negocinho” vermelho na minha
barriga kkkkkk. E tinha uma bolsinha colada na minha pele para coletar as
fezes líquidas que saíam daquele estoma (interessantíssimo). Minha cirurgia foi
uma proctocolectomia total com bolsa ileal em "J" - retirada de todo
intestino grosso e reto, e no final do delgado confeccionada a bolsa ileal.
Nos primeiros 15 dias meu
organismo foi evoluindo bem, tive até alta. Mas não durou 3 dias. Eu tinha
emagrecido bastante e foi aí que eu descobrir que eu não estava gorda e sim
inchada por causa do corticoide. Dei entrada de novo no hospital com dor abdominal,
vômitos e febre. Fiz uma tomografia e mostrou coleção abdominal, realizada
drenagem e persistência da coleção, consequentemente derrame pleural, mais uma
drenagem e a coleção persistia. Fiz mais duas tomografias e a coleção
continuava persistindo, foi aí que os médicos resolveram reabrir a cirurgia
para fazer a lavagem da cavidade abdominal. Enfim... fiquei internada durante 2
meses e parecia que aquela situação não tinha mais fim. Meu cabelo começou a
cair de novo...
Quando acordei daquela
segunda cirurgia eu estava completamente inchada, fiquei sabendo que eu estava
desnutrida e aquela cirurgia não foi numa boa hora (retenção de líquido), eu
estava tão, mais tão inchada que eu não conseguia me levantar no primeiro dia,
minhas roupas não cabiam, eu usei as roupas do hospital nos primeiros 6 dias. Nossa! Quantos
quilos será que eu estou pesando? E aos poucos eu ia me levantando e fiz muito,
mais muito xixi, foi assim que comecei a voltar ao normal. Tive alta com 10
dias, ainda inchada, mas em casa eu fui melhorando...
ADAPTAÇÃO: Minha adaptação
demorou muito, foram 5 meses. Eu sentia dor, muitos gases, as fezes eram
liquidas e ácidas, feriam minha pele, que ficava em carne viva. As bolsinhas não duravam 3 dias.
Do quinto para o sexto mês eu tive uma boa melhora, não sentia mais dor alguma,
às vezes as fezes ficavam consistentes, já comia de tudo e principalmente
"muito". Mantive-me nos 40 quilos. Não sei por que mas os médicos
resolveram que seria melhor fazer a reversão, bom... fiz, no dia 04-09-2011. Mais
uma adaptação difícil... 6 meses depois da cirurgia a cicatriz da reversão
criou abscesso de parede abdominal, isso mesmo, 6 meses depois da reversão, na
cicatriz... Também fiz uma limpeza de abscesso. Dois meses depois da limpeza
ainda tenho problemas com ela, demorou muito para fechar, saía muita secreção
purulenta. Ainda tenho diarreias e agora os médicos estão suspeitando de doença
de crhon. Mas como assim doença de crhon? Doença de crohn? Nossa!
Se for mesmo doença de
crhon, será que adquiri depois da cirurgia? Se for mesmo doença de
crohn será que tinha desde o princípio? Farei um exame chamado Enterografia por
ressonância magnética pra saber se estou mesmo com essa tal doença de crhon.
Vamos aguardar os próximos capítulos
dessa história.
Vou em frente, coloco uma maquiagem e um
sorriso no rosto. Deus resolveu reformar o meu mundo, e eu só tenho que
agradecer. Percebi que cresci muito nos últimos tempos, e passei a ter uma
visão ampla do mundo e ao meu redor. Agora é levantar a cabeça e ser forte.
Deus te abençõe Mayra, você é um
ResponderExcluirVocê é um exemplo de força e de fé.. você já venceu...Deus é contigo
ResponderExcluirexemplo de coragem e perseverança!
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