Há mais ou menos 5
anos fui diagnosticada com endometriose profunda, uma doença que atinge
mulheres e que causa dores intensas durante o período menstrual, além de ser
causa de infertilidade. Mas a saga começou bem antes, em 1997, em razão de um
cisto no ovário fiz minha primeira cirurgia, onde retirei meu ovário direito. Já
em 2009, foi diagnosticado um outro cisto no ovário esquerdo, o que me levou a
outra cirurgia, retirando parte do meu único ovário. Durante a cirurgia, o
médico observou alguns focos de endometriose, dizendo depois que havia tratado.
A partir daí, as
dores só foram aumentando e a vontade de ser mãe também. Em 2012 encontrei um
médico abençoado, Dr Frederico José, especialista em endometriose e fertilização,
que através de muitos exames viu que a doença estava em alto grau e que não havia
sido tratada. Por este motivo, no dia 20 de outubro de 2012 me submeti a nova
cirurgia, levando quase 7 horas, ocasião em que se constatou várias aderências
entre os órgãos por conta da endometriose, especialmente no intestino, bexiga,
apêndice, ovário e no reto. Ao acordar da anestesia, pronto, lá estava eu com a
bolsinha de ileostomia, o que eu já tinha ouvido falar, mas no fundo não sabia
o que era.
Daquele momento em
diante, tive uma recuperação lenta e dolorosa. Emagreci bastante com a
internação, mas fui me recuperando. Quanto à gravidez, meu médico foi realista
e disse que com a extensão da doença seria muito difícil engravidar, então,
orientou que logo após a reversão, já tentássemos a fertilização in vitro.
A reversão foi
marcada pra três meses depois e quando fui fazer os exames pré-operatórios,
descobri que estava grávida. Os médicos não acreditaram, ficaram surpresos com
a notícia, mas sim, eu já estava com 6 semanas. Foi maravilhoso em um primeiro
momento, depois a convivência com a bolsinha me levou a ficar triste e
deprimida, além de culpada, pois eu deveria estar plenamente feliz.
Fui ao meu proctologista, o segundo médico anjo, Dr. Rômulo, e ele deu
todas as possibilidades do que poderia acontecer durante a gestação, desde
dores abdominais, pois haveria mais compressão do intestino com o crescimento
da barriga, até um possível parto prematuro, mas nada disso aconteceu, somente
alguns desconfortos intestinais e um ligeiro aumento do estoma. Fora isso, o
psicológico foi um fator que eu tive que trabalhar com a minha fé, sendo grata
e curtindo cada minuto da gestação.
Não posso esquecer de
citar o fato que foi crucial em decidir pela tristeza ou pela felicidade, meu
marido. Ele é meu alicerce, meu chão. Ele usa a parte do adesivo que corto da
placa da bolsa e cola no mesmo lugar e diz que é a bolsinha dele. A partir
deste gesto, tudo ficou menos pesado pra mim. E para descontrair, apelidamos o
estoma de “lagartinha”, rsssss.
Com o turbilhão de
emoções de uma gravidez, somado ao fato de ter de lidar com a “lagartinha”,
tive de procurar ajuda psicológica, algo que me despertou ainda mais os
sentidos para o prazer de estar grávida e curtir aquele sonho. Também fiz yoga,
tirei fotos, exigi prioridade nas filas, aproveitei mesmo rsssss. E no dia 02
de setembro de 2013 nasceu minha luz, Maria Luíza. Minha vida é plena hoje por
tê-la em nossas vidas, passaria por tudo novamente. Malu é a certeza do
milagre, do plano de Deus em nossas vidas e que na dor, Deus nos carrega no
colo, como filhos amados que somos.
Em março deste ano,
farei a minha reversão da ileostomia. Malu já estará com seis meses. Sei que
ficarei longe dela alguns dias, mas será para confirmar nossa vitória.
Aquelas que sonham
com a maternidade, eu digo: com Deus, podemos tudo! Ser grávida e ostomizada
não é fácil, é uma luta diária, mas tudo vale a pena, pois foi através da
“lagartinha” que Deus me deu a “borboletinha”, minha pequena Malu. Por isso, acreditem,
busquem uma segunda opinião e creiam no impossível, sejam ousadas na fé, é isso
que Deus espera de nós. Mil beijos, para meus eternos amigos e amigas de
caminhada.
Gizela Lucy.
Muito linda sua história, sua luta e perseverança.
ResponderExcluirMerece todas as bençãos que tem recebido
Gizela, é muita emoção para nós, membros do Grupo Amélia Rodrigues, que torcemos por você e vimos sua vitória. Você disse tudo: "É isso que Deus espera de nós".
ResponderExcluirParabéns para você e para o seu anjinho.
José Ricardo
Lindo exemplo de fé e perseverança, que Deus continue a lhe abençoar em todas as etapas que ainda faltam e que sua cirurgia seja um sucesso. Parabéns pelo marido, ele aproveitou uma situação adversa para demonstrar o seu amor e respeito que sente por você. Que a Malu continue a te trazer a alegria diária que só uma criança pode dar. Parabéns!
ResponderExcluirQuando achamos que está tudo perdido, Deus vem com a providência, pois além de nos amar, Ele ouve as orações de pessoas que amam o próximo.
ResponderExcluirAgradeço a Deus por essa benção.Uma intercessão respondida. Deus é fiel!
Beijos pra mamy e pra baby!
Elismar
afinal, vc ficou quanto tempo com a ileostomia?
ResponderExcluirOlá Gizela!
ResponderExcluirMuito linda a sua história!
Meu marido fará a reversão em agosto (está há 6 meses com ileostomia em alça). Gostaria de saber se você já realizou a reversão e como está a sua recuperação?
Forte abraço e parabéns!
Nossa passe pela mesma situação e gostaria muito poder levar meu bebe pois ele ainda mama no peito. A minha ansiedade é enorme mais quando penso nele ficar sem mamar fico triste...mais que legal que você tem a mesma história que eu. E hoje como você está? E sua vida mudou muito depois da reversão?
ResponderExcluirEu fiquei de boca aberta , literalmente eu amei lindas , amadas de verdade um beijão ❤️
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