Christiane
e Cláudia Yamada, com colaboração de Paloma Azevedo
Quando o paciente se depara
com o estoma, ele passa a lidar com uma nova realidade, apresentando vários
sentimentos, reações e comportamentos, diferentes e individuais. A maioria dos
pacientes, após a realização da ostomia, vivencia os estágios emocionais de
negação, ira, depressão e aceitação, e muitos recém-operados preferem a morte à
ostomia. Geralmente enfrentam dificuldades psicológicas e
experimentam um sentimento repugnante em relação a si mesmo.
Ocorrem mudanças bruscas e
profundas no modo de vida das pessoas portadoras de ostomia, que causam
desorganização emocional intensa, consequentemente, vivência de grandes
períodos de sofrimento, o que exige a busca de algumas estratégias para
enfrentar essa nova condição.
Quando se aborda o aspecto
psicológico de um ostomizado, uma das preocupações é a alteração da sua imagem
corporal, que leva à sensação de mutilação e rejeição de si mesmo, e que pode
causar sentimento de medo, solidão e impotência. Devido à alteração da sua
imagem corporal, alguns ostomizados costumam evitar locais públicos e o
convívio social. A imagem corporal está relacionada à juventude, beleza, vigor,
integridade e saúde e aqueles que não correspondem a esse conceito de beleza
corporal podem se sentir rejeitados.
O ser ostomizado é difícil
não só para o próprio indivíduo, mas também para a sua família, pois surgem
sentimentos de incerteza quanto ao presente e futuro, sentimentos que envolvem
as suas próprias perspectivas de vida. Pacientes submetidos a tal procedimento
têm sua perspectiva de vida alterada, principalmente pela imagem corporal
negativa, devido à presença do estoma associado a bolsa coletora. O portador de
ostomia intestinal tende a se sentir inferior, por considerar o seu corpo
imperfeito e por julgar-se diferente, ou seja, por não apresentar as
características e os atributos considerados normais pela sociedade.
É preciso dar mais atenção à
pessoa portadora de ostomia, buscando, no seu universo, conhecer e
compreendê-la, mediante a interpretação dos sentimentos expressos por ela,
principalmente, dando a oportunidade de manifestar verbalmente as suas emoções.
A atuação do psicólogo na
vida de uma pessoa ostomizada é importante para estimular a pessoa a expressar
seus medos, angústias, dores, ansiedades e tristezas, auxiliando na sua reabilitação,
e amparando-os no enfrentamento da doença que levou a pessoa a ficar
ostomizada.
O apoio psicológico é um
suporte que auxilia o portador de ostomia a melhorar sua autoestima e
autoimagem, tão afetadas neste momento. Este apoio é realizado através de
explicações, diálogos e interação, transmitindo conforto e segurança.
Referências:
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existencial. Rev. esc. enferm. USP vol.44 n°.1 São Paulo Mar. 2010.
Silva AL, Shimizull HE. A
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Silva AL, Shimizull HE. O
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2006.
Nascimento CMS, Trindade
GLB, Luz MHBA, Santiago RF. Vivência do paciente estomizado: uma contribuição
para a assistência de enfermagem. Texto contexto - enferm. vol.20 n°.3
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http://www.facenf.uerj.br/v17n4/v17n4a17.pdf
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