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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mensagem de Monika Medellin

Acompanhem a linda mensagem de Monika Medellin, que é ostomizada e vive na Cidade de México.



Debemos ser felices con lo que tenemos, aprender a amarnos y hacernos mas fuertes con las situaciones que se ponen frente a nosotros. Tener una ileo o colostomia no debe ser un impedimento para ser feliz y seguir dando el máximo, seguir viviendo, hacer planes, tener sueños, divertirnos, amar, reír, enamorarnos... Aquí estoy en mi luna de miel, siendo la más felíz y sobre todo siguiendo adelante con mi vida. Dios puso en mi camino a un hombre maravilloso que sabe comprenderme y entenderme. Si creen que la vida no va a ser la misma después de una ileo o colo, están en lo cierto, va a ser mucho mejor, con más felicidad y pueden estar seguros que hasta pueden encontrar al amor de su vida, y creanme, la vida después de esto, es más grandiosa que antes. 
Les mando un abrazo a cada uno de ustedes que tienen lo mismo que yo, a cada familiar y amigo de los que somos así, porque tambíen por ustedes podemos seguir adelante!!!! 
Con cariño: Mónika!




Devemos ser felizes do jeito que somos, aprender a nos amar e nos tornar mais fortes com as situações que surgem diante de nós. Ter uma íleo ou colostomia não deve ser um impedimento para ser feliz e devemos continuar a dar o máximo, para viver, fazer planos, ter sonhos, se divertir, amar, rir, se apaixonar...Aqui eu estou em minha lua de mel, sendo muito feliz e acima de tudo, seguindo com a minha vida. Deus colocou no meu caminho um homem maravilhoso que sabe me compreender e me entender. Se vocês acreditam que a vida não será a mesma após uma íleo ou colo, tem razão, será muito melhor, com mais felicidade e tenham certeza de que podem até mesmo encontrar o amor da sua vida, e acreditem, a vida será mais impressionante do que antes.  
Um abraço a cada um de vocês que são como eu, para cada membro da família e amigo dos que são assim, porque você também pode seguir em frente!!!!
 Com amor: Mónika!



terça-feira, 15 de maio de 2012

Quando uma pessoa ostomizada tem direito ao auxílio-doença e a aposentadoria?


Christiane e Cláudia Yamada

Não existe carência para requerer o auxílio-doença e aposentadoria por invalidez para quem tem doenças graves, desde que a doença seja provada por laudo médico, e o doente seja segurado do Regime Geral de Previdência Social (INSS).

O auxílio-doença é concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente, por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho.

Perde a qualidade de segurado do INSS, a pessoa que contribuiu em algum período e está sem pagar o INSS por mais de 12 meses, ou aquela que está sem pagar o INSS por mais de 24 meses, e que tenha contribuído por pelo menos 10 anos para o INSS ou esteja comprovadamente desempregado.

O ostomizado tem direito ao auxílio-doença, desde que esteja impedido de trabalhar pela doença ou acidente que o levou a condição de ostomizado, ou seja, a ostomia por si só não justifica a concessão do benefício. O auxílio-doença, nesses casos, geralmente é concedido com base no mal que o levou a essa condição, e o período necessário para a recuperação do procedimento cirúrgico.

Para conseguir o auxílio-doença, é necessário realizar uma perícia médica, levando a declaração ou laudo ou atestado médico que descreva o estado clínico da doença e a condição do doente e todos os exames que o doente tenha que comprovem sua doença.

O segurado que estiver recebendo auxílio-doença, independente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, está obrigado a se submeter à perícia médica da Previdência Social, e poderá ter que se submeter a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. O doente continuará recebendo o auxílio-doença até que volte a trabalhar, quando reabilitado, na nova atividade, que lhe garanta a subsistência.

O auxílio-doença deixa de ser pago quando:
• O segurado recupera a capacidade para o trabalho;
• O benefício se transforma em aposentadoria por invalidez ou aposentadoria por idade;
• O segurado solicita alta médica e tem a concordância da perícia médica da Previdência Social;
• O segurado volta voluntariamente ao trabalho;
• O segurado vier a falecer.

Ser acometido por doença, mesmo que grave, não dá direito à aposentadoria por invalidez. Só existe possibilidade de requerer a aposentadoria por invalidez se a pessoa não mais tiver possibilidade de trabalhar ou exercer suas atividades habituais. Não basta, apenas, ter doença grave é preciso, também, ser segurado do INSS.

A Ostomia isoladamente, ou seja, por si só, sem que o seu portador apresente uma doença grave e crônica, não dá direito à aposentadoria. As aposentadorias por invalidez das pessoas ostomizadas, geralmente, tem como justificativas doenças que as levaram a essa condição, como é o caso do Câncer, da Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa, etc.

No caso, do câncer, como ele pode ser curado – o que não acontece com os ostomizados portadores de doenças crônicas – é possível que o ostomizado tenha seu benefício ou aposentadoria cancelada quando confirmada a sua cura.

A aposentadoria por invalidez é concedida ao paciente de câncer desde que sua incapacidade para o trabalho seja considerada definitiva pela perícia médica do INSS. Tem direito ao benefício o segurado que não esteja em processo de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência (independente de estar recebendo ou não o auxílio-doença).

Outro aspecto que pode influenciar na manutenção do pagamento do auxílio-doença ou da aposentadoria são as condições físicas e psicológicas do segurado. Também os jovens, mesmo portando doenças crônicas, podem encontrar dificuldades para obter a aposentadoria por invalidez. Assim acontece com os mais jovens, porque a medicina tem avançado na descoberta de novos tratamentos para amenizar seus males, o que pode lhes oferecer plena condição para o trabalho em futuro próximo.

Por outro lado se a ostomia for provocada por um acidente que comprometa o funcionamento do organismo e, também, o exercício de atividades profissionais – se comprovado pela Perícia médica do INSS - é provável que o segurado obtenha o auxílio-doença ou, se for o caso, a aposentadoria por invalidez.

A incapacidade para o trabalho tem que ser considerada definitiva, através da perícia médica do INSS, para se obter a aposentadoria por invalidez.

No caso de aposentadoria por invalidez o benefício deixa de ser pago quando: o segurado recupera a capacidade para o trabalho, ou quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho ou quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS.

O benefício pode ser solicitado nas Agências da Previdência Social (INSS) mediante o cumprimento das exigências cumulativas e a apresentação dos seguintes documentos:
Número de Identificação do Trabalhador NIT (PIS/PASEP) ou número de inscrição do contribuinte individual/facultativo; Atestado Médico, Exames de Laboratório, Atestado de Internação Hospitalar, Atestados de Tratamento Ambulatorial, dentre outros que comprovem o tratamento médico; Todos os comprovantes de recolhimento à Previdência Social (Guias ou Carnês de recolhimento de contribuições, antigas cadernetas de selos); Documento de Identificação (Carteira de Identidade e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social); Cadastro de Pessoa Física – CPF.

Referências:




terça-feira, 8 de maio de 2012

Depoimento de Rose Francener

Acompanhe a seguir um lindo e emocionante depoimento de Rose Francener.

Meu nome é Rose Francener e moro em Jaraguá do Sul – Santa Catarina.
Tudo começou em  2005. Eu havia começado a morar junto/namorar, nessa ordem mesmo, primeiro fomos morar juntos como amigos, depois começamos a namorar. Seis meses depois comecei a ter diarréias diariamente, varias vezes ao dia até que chegou ao ponto de comer e correr para o banheiro. E perdia peso lindamente, minhas amigas perguntavam qual regime eu estava fazendo. (Bom, depois elas desistiram de fazer o mesmo regime).
A princípio, eu não estava realmente preocupada e achava que a diarreia ia passar. Mas não passava. O primeiro médico a qual fui foi no exame periódico da empresa. Comentei casualmente que tinha essa diarreia e ele me mandou fazer um exame de fezes para ver se não eram vermes e ver se tinha sangue oculto. Havia sangue oculto e ai as coisas começaram a ficar sérias!
Comecei então a ir a vários médicos, endoscopia, testes de intolerância a lactose, um mês sem comer glúten, remédios para controlar a diarreia e nada resolvia. Ate que fui encaminhada a um coloproctologista que fez uma retosigmoidoscopia  e descobriu que havia um tumor a 5 cm da borda anal. Ainda havia a dúvida se era maligno e a resposta veio uma semana torturante depois: adenocarcinoma tubular. Meu médico traduziu como tumor maligno, ou seja, eu estava com câncer.   Lembro meus pensamentos na garupa da moto do meu marido, chorando e me imaginando fazendo um tratamento quimioterápico, sem cabelo  e finalmente morrendo.
Bom, ai fui encaminhada para o hospital Erasto Gaertner em Curitiba, por influencia da dona da empresa onde trabalhava, que, aliás, foram ótimos comigo. Tenho uma dívida eterna com eles. Pois me cediam carro com motorista para ir até Curitiba a 2 horas de viagem. Cheguei a ir duas vezes por semana. 
Enfim o prognóstico não era muito favorável, o médico me falou que ia ter que ser uma cirurgia bem radical de amputação de ânus e reto e eu ficaria ostomizada definitivamente.  Eu já tinha uma certa ideia de como seria, pois os médicos da minha cidade já haviam me falado das possibilidades, se fosse câncer.
Então, era isso para sobreviver eu teria que passar por essa cirurgia radical, provavelmente depois radio ou quimioterapia. Eu estava quase preparada psicologicamente para isso.
Mas, acreditem ou não, a parte daquela primeira  consulta com o medico que faria minha cirurgia que mais me derrubou foi quando ele me falou  das dificuldades que eu teria para ter uma vida sexual normal.  Entendam que eu tinha 35 anos, estava a 6 meses com o amor da minha vida (que tinha 19 anos, na época) e ainda estava meio insegura com a relação, então pensei:- Ele não vai suportar! E sei que não fui a única a pensar isso, minha família também.
Em 15 de dezembro de 2005, enquanto meu irmão se casava, eu passava pela cirurgia que mudaria minha vida. Meu marido deu o primeiro sinal de que sim, ele suportaria tudo:
 Ficou as 8 horas em que estive no centro cirúrgico sem comer e quando me viu depois, quase desmaiou não sei se de alivio ou de fome. Fiquei 3 dias no hospital e antes do natal estava de volta, não pro nosso aparamento  mas para a casa da minha sogra, que foi uma mãe para mim. Também tem minha eterna gratidão.  A partir daí foi tentativa e erro para se adaptar a nova vida. Tive inflamação nos pontos, dificuldade para cicatrizar. Meu corpo não absorveu os pontos que deveria, então até hoje elimino pontos pela barriga e  o corte anal ainda não cicatrizou e nenhum médico me deu uma solução.
Um ano depois da cirurgia comecei a fazer irrigação e isso me deu uma vida quase  70% normal.
Fora ter que fazer irrigação  3 vezes por semana, que demanda algum tempo e algumas vezes não dá muito certo e fico horas ate conseguir.
Ainda tenho dias ruins, os corte não cicatrizados ás vezes doem. Mas hoje levo uma vida bem.normal: faço  yoga, academia, jogo tênis , trabalho de voluntaria em um hospital uma vez por semana  e faço alguns trabalhos de fotografia , pois descobri essa grande paixão depois da minha doença.
Mas, apesar de tudo isso, sei que sou uma sortuda, pois tenho do meu lado a pessoa que deveria  ter e chegou no momento certo. Ele foi e continua sendo meu Anjo, que caiu do céu, e saibam que nunca, nem nos piores momentos, ele desertou!
Sou grata também a toda minha família, a família  do meu  marido  e a minha filha pelo apoio sempre.