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quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que é ser ostomizado?

Essa pergunta pode ser respondida de diferentes formas, depende muito do estado emocional do ostomizado e da sua aceitação. Navegando pela internet, encontramos uma linda resposta:


Ser ostomizado 

Ser ostomizado não é apenas ser alguém que tem um ostoma na parede abdominal...

Ser ostomizado não é apenas viver com uma bolsa para coleta de fezes ou urina presa ao abdômen...

Ser ostomizado não é apenas ter deixado de utilizar o vaso sanitário...

Ser ostomizado não é apenas viver com a preocupação de que tipo de alimentos pode comer...

Ser ostomizado não é apenas viver preocupado com gases e odores...

Ser ostomizado é muito mais que isso, é ser privilegiado por Deus por ter sido escolhido a viver novamente...

Ser ostomizado é Ser Humano.

Gizelle Ribeiro Lima
Estagiária de psicologia
Hospital Araújo Jorge
Goiânia - GO

terça-feira, 7 de junho de 2011

Música faz bem a saúde, proporciona alegria, bem-estar e auxilia pacientes no tratamento contra o câncer!

Música faz bem a saúde, proporciona alegria, bem-estar e auxilia pacientes no tratamento contra o câncer!

Cláudia Yamada e Gisele Furusava

Todos nós sabemos (ou já sentimos) que a música faz bem ao nosso corpo e a nossa mente. Quando ouvimos um acorde em poucos segundos somos tomados por emoções que nos acalmam, nos fazem viajar no tempo e também relaxar.

Mas você sabia que além de relaxar, alegrar e trazer à tona lembranças e saudades, a música pode agir em nosso organismo auxiliando na melhora de doenças? 

Estudos científicos mostram que a música faz muito bem para o nosso bem-estar e ainda auxilia no tratamento de muitas doenças, como asma, câncer, Alzheimer, Parkinson, traumatismo craniano, autismo, demência, enfermos psiquiátricos, crianças com problemas de condutas, pessoas com Aids, entre outras. Portanto ouvir uma melodia pode ser um remédio tão eficaz quanto às fórmulas vendidas nas farmácias.

A música está sendo utilizada com diferentes funções (reduzir estresse, diminuir a dor, aumentar a auto-estima, mudar condutas inapropriadas), as quais estão sendo estudadas e expandidas a outras funções que tem como objetivo final ajudar o ser humano a conhecer a si mesmo e poder viver melhor na sociedade.

As notas musicais tocadas de diferentes maneiras, em diferentes intervalos, com diferentes ritmos, dinâmicas e volumes, também influenciam o emocional do ser humano. As qualidades da música que afetam estados de ânimo, controlam condutas e ajudam ao bem estar das pessoas estão sendo investigados por profissionais qualificados chamados de musicoterapeutas.

Ressaltamos que a Musicoterapia é uma formação específica, isto é, para ser musicoterapeuta é preciso cursar a graduação ou pós-graduação em Musicoterapia. No Brasil, os cursos de graduação foram iniciados em 1971 e, atualmente, integram os campos da Arte (especialmente música, iniciação musical, metodologia musical, etc); Medicina (anatomia, fisiologia, neurologia, neuropatologia, neuroanatomia, etc); Psicologia (psicologia geral, do desenvolvimento, teorias da personalidade, etc) e, especificamente Musicoterapia (musicoterapia didática e aplicada, fundamentos da musicoterapia, teorias e técnicas musicoterapêuticas, etc).

A associação de Musicoterapia Americana (AMTA) define musicoterapia como: o uso controlado da música com o objetivo de restaurar, manter e melhorar a saúde mental ou física. É a aplicação sistemática da música, dirigida por um musicoterapeuta em um ambiente terapêutico, com o objetivo de conseguir mudanças de conduta. Essas mudanças ajudarão ao indivíduo que participa desta terapia a ter um melhor entendimento de si mesmo e do mundo que o rodeia podendo adaptar-se melhor a sociedade, além de obter benefícios específicos às suas necessidades.

É importante permitir à pessoa doente, sentir e expressar reações e sentimentos, pois sentimentos reprimidos levam, geralmente, ao aumento da depressão emocional, impedindo o sistema imunológico de funcionar perfeitamente e podendo retardar a cura.

A música sem dúvida é um comunicador emocional e o tipo adequado à pessoa proporciona uma experiência emocional positiva que intensificam o funcionamento do sistema imunológico. Ao cantar uma canção ou executar um instrumento, o paciente pode elaborar e organizar sentimentos e sensações inerentes ao seu processo, além de abrir canais de comunicação consigo mesmo e com o mundo.

Parte do poder da música resulta da capacidade de reduzir a ansiedade – que pode comprometer as defesas imunológicas, bem como intensificar a sensação de dor. A música desvia a atenção da pessoa do sofrimento e alivia a tensão. Musicoterapeutas que atendem pacientes oncológicos observam a diminuição de cefaléias, vômitos, náuseas, dores de estômago e, quando realizadas sessões de quimioterapia paralelamente às de musicoterapia, ocorre, também, a diminuição das dores referentes à medicação.

A música caminha em direção à esperança, não ignorando ou renegando o desespero, mas levando o indivíduo além dele, pois a música desperta o trágico e também os recursos do ser humano para enfrentá-lo. A musicoterapia receptiva (ou audição musical) também pode ser utilizada para auxiliar não só os pacientes, mas, também, seus familiares e profissionais no ambiente hospitalar, integrando a equipe e proporcionando momentos de relaxamento, conforto e apoio a sentimentos como a raiva e o medo.

No que diz respeito especificamente às crianças, a música é uma linguagem e, para estas pode ser uma linguagem estimulante, uma linguagem confortadora. Ela pode encorajar, animar, encantar e falar com a parte mais interna da criança. A música pode fazer perguntas estimulantes e dar respostas satisfatórias, facilitando a comunicação e a relação do paciente com sua família, médicos e terapeutas. Ela pode ativar e, em seguida, manter a atividade por ela evocada. Pesquisas na área da psiconeuroimunologia demonstram que as situações alegres e de humor trabalhadas com a criança no hospital fazem aumentar as defesas imunológicas do organismo, protegendo-as das infecções.

Pode-se então concluir que a efetividade da expressão emocional, através da música, se dará tanto para os sentimentos negativos quanto para os sentimentos positivos, ambos podendo resultar em energia revigorada, que por sua vez implicará em fortalecimento do sistema imunológico da criança portadora de câncer.

Colaboração de Gisele Furusava, Musicoterapeuta (FPA - SP), Psicoterapeuta Corporal Neo-reichiana (Instituto Lumen), Coach (Instituto Holos). Extensão em Psicossomática e Psicooncologia (Cepps - SP). Autora do Livro "Setting Musicoterápico: da caixa de música ao instrumento musical" (Ed. Apontamentos, 2003). Presidente e Vice-Presidente da Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São Paulo (APEMESP) durante as gestões 2004/06 e 2002/04, respectivamente. www.musicoterapiasp.com.br

 

Referência bibliográfica

1 Baranow, Ana Lea von. Musicoterapia uma visão geral. Rio de Janeiro: Enelivros, 1999.
2 FERREIRA, Eliamar Aparecida de Barros Fleury e. Musicoterapia e câncer: o canto da dor.  Monografia (Especialização em Musicoterapia) – Escola de Música da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1999. p.26
3 JARET, Peter. O poder de cura da música.  Revista Seleções – Reader’s Digest, Rio de Janeiro, p. 131, dez. 2001.

4 ZARATA, P.; DÍAZ,  V. Aplicaciones de la musicoterapia em la medicina.

Rev. méd. Chile v.129 n.2 Santiago fev. 2001

5 LABORATÓRIO JARBAS DOLES. Câncer infantil: o importante papel da comunidade nesta luta pela vida. Informativo JD, Goiânia, ano V, n. 12, Out. 1999.
6 RUUD, Even.  Caminhos da musicoterapia. Tradução de Vera Wrobel. São Paulo: Summus, 1990.
7 SIMONTON, Stephanie M.  A família e a cura. Tradução de Heloisa Costa. São Paulo:
Summus, 1990.
8 Suzanne B. Music therapist’s handbook. Warren H. Green, inc 1987: 3-15.        
9 UTRABO, Diógenes Guerini, Musicoterapia em Oncologia: “Tenho um paciente com câncer, e agora?”. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Musicoterapia) – Faculdade paulista de Artes, São Paulo, 2007.

10 http://www.wfmt.info/WFMT/Home.html, acessado em 6/05/2011